A Escola de Pais reiniciará seus encontros no dia 18 de fevereiro de 2022.
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Acesse aqui o material de Boas Vindas da Escola de Pais
Nossa história
A Escola de Pais da EWRS nasceu da necessidade dos pais que buscavam fazer sentido de suas experiências na lida cotidiana com os filhos. Havia, contudo, um elemento adicional particular pois que seus filhos estudavam numa escola Waldorf, e experimentavam um processo pedagógico muito distinto daquele que eles próprios vivenciaram em sua época. Havia um anseio de compreensão dos fundamentos filosófico-pedagógicos que orientavam a prática dos professores a fim de colaborar com o processo de aprendizagem das crianças. Sabendo-se que o elemento distintivo desta Pedagogia encontra-se essencialmente na concepção que se tem do ser humano e das leis que regem seu vir a ser, estes pais também queriam tomar parte neste conhecimento do desenvolvimento dos filhos e de si próprios.
Assim, a partir das perguntas e angústias existenciais dos pais, conteúdos desta visão antroposófica eram compartilhados na forma de estudos orientados e ilustrados pelas situações do dia a dia com eles relacionados. Os textos lançavam luz e permitiam compreender melhor as situações com que se defrontavam as famílias segundo o estágio de desenvolvimento de cada criança. Porém, compreender e reconhecer algo como verdadeiro, muitas vezes não era suficiente para produzir as mudanças de atitude desejadas.
Foi se desenhando entre os integrantes daquele grupo o senso comum de que todos trazemos em nossa história padrões de comportamento condicionados por crenças e outras influências, nem sempre conscientes, mas cujos efeitos se fazem sentir fortemente, não raro, na direção contrária àquela a partir da qual nos propomos a realizar algo de conformidade com a nova compreensão. Era preciso trabalhar em si e na própria biografia.
Assim, adicionalmente, exercícios de autoeducação passaram a ser propostos e praticados individualmente, com a posterior partilha das observações e reflexões sobre sua evolução. Primeiro em grupos pequenos e na sequência, em plenária abrangendo o todo.
As experiências de partilha em pequenos grupos geravam sentimentos de pertencimento e de aceitação, pela possibilidade de exprimir o que se pensa e sente, de escutar e ser escutado, de compreender e ser compreendido.
Através da interação e da comunicação, as experiências emocionais geradas contribuíam para formação de vínculos que frutificavam em apoio mútuo. Pois os membros do grupo percebem que também outros têm experiências e dificuldades semelhantes e sentem que não são os únicos a ter dificuldades. Os exercícios desenvolviam uma compreensão empática das crianças, e de si mesmos em cada situação permitindo o reconhecimento de novas alternativas de tratamento pedagógico para cada caso. Muitos pais passaram a relatar atitudes novas que se mostravam mais efetivas no enfrentamento das dificuldades e resolução de conflitos.
Muitas questões da própria história pessoal de vida eram evocadas, reconhecidas e ressignificadas. Para isso, certamente é relevante notar que a coordenação do grupo estava a cargo de profissionais da área terapêutica com conhecimento e experiência em diversas linhas e recursos desta natureza, muito embora, o que ali fosse feito não tivesse, a priori, nem o propósito nem o caráter de terapia em grupo. O que ocorria é que mediante exercícios de auto-observação muito do passado era integrado e transformado de maneira curativa, liberando padrões de comportamento condicionado que se perpetuavam há gerações.
Muitos pais se tornaram mais conscientes, mais habilitados a agir de forma coerente com o que compreendiam e se converteram em colaboradores fiéis dos professores, tantas vezes sobrecarregados em sua tarefa escolar.
Esta Escola de Pais tem sido a inspiração no meio Waldorf para novas iniciativas em outras comunidades. Mas hoje muitos dos cerca de 90 pais que a frequentam semanalmente (todas as sextas-feiras das 8h00 às 9h45) vêm de outras escolas não Waldorf. Cada época ou ciclo se dá com a duração aproximada de um semestre e explora temas que são determinados pelo próprio interesse dos frequentadores. A cada início de ciclo, uma colheita das questões e desafios mais prementes da perspectiva dos pais presentes gera um temário que é abordado e explorado através de textos, falas, diálogos, exercícios e partilha. Referências bibliográficas para aprofundamento acompanham também o trabalho desenvolvido. A cada novo ano, repete-se a dinâmica:
- Acolhimento;
- Boas vindas, breve histórico e propósito da Escola de Pais;
- Escuta e Colheita das perguntas e angústias dos pais presentes;
- Referências de leituras e estudos que ajudem a iluminar as questões propiciando uma maior compreensão da criança e de si mesmo e um reconhecimento do que se passa;
- Exercícios de observação / atenção / compreensão empática das situações trazidas pelos pais;
- Sugestão de tarefas, exercícios para autoeducação – individualmente, em grupos pequenos, em plenária com acompanhamento de facilitadores;
- Partilha de experiência;
Espero que este relato contribua para a formação de uma imagem, ainda que superficial de uma dentre tantas possibilidades de trabalho com pais. É meu desejo fundamentá-la e explicitá-la mais detalhadamente para que colabore com o surgimento de novas Comunidades de uma Prática Reflexiva da Parentalidade, sempre apoiando o exercício da tarefa de educar os filhos como uma responsabilidade sagrada, através de um caminho de autodesenvolvimento consciente.
Dra. Ana Paula Cury
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